Quando Paulo recomenda, em Romanos 12.2: “Não vos conformeis com este mundo”, está dizendo “não tomeis a forma deste mundo.”
Quando Cristo diz: “Ide por todo o mundo”, está nos mandando penetrar o mundo para evangelizá-lo. Quando lemos em Jo 3.16 “Deus amou o mundo”, está falando do mundo perdido que precisa da salvação. É o mesmo mundo referido por João em 1 Jo 1.15-17: “Não ameis o mundo”. Quando Cristo diz em Mt. 5.13-16 “Vós sois a luz do mundo... vós sois o sal da Terra...” de tal maneira brilhe a vossa luz diante dos homens...” está nos dizendo que esse mundo mau, perdido, “posto no maligno” (1 Jo 5.l9) precisa ser iluminado, influenciado vigorosamente pela vida dos cristãos. Mas, onde está o mundo referido em todos os textos acima? – Não está longe de nós; está bem junto de nós, pior ainda quando está dentro de nós mesmos, e por isso dentro da Igreja.
Mas pode isso acontecer? – Não só pode, como tem sido uma triste realidade em todos os tempos.

Satanás tentou e derrubou Adão e Eva ainda no Jardim do Éden; o povo de Israel se deixou seduzir muitas vezes, até o ponto de rejeitar o Messias quando Ele veio (“veio para o que era Seu, mas os Seus não O receberam” - Jo 1.12). O mundo penetrou na nascente Igreja de Jerusalém quando Ananias e Safira se deixaram seduzir pelo valor de sua propriedade (At5.1-2). O mundo se manifestou dentro da Igreja em Antioquia quando Pedro se tornou repreensível e foi repreendido por Paulo (Gl 2.11).

É dessa infiltração do mundo na Igreja que Jesus fala em Mt 7.21-23: ... É isso que acontece também nos dias de hoje quando filosofias vãs e práticas seculares são introduzidas sorrateiramente na Igreja, até nos altos escalões dela.

É o que acontece quando membros da Igreja participam de todo trabalho da Igreja, mas em sua vida particular e íntima vivem como incrédulos: jovens e adultos se prostituindo, com adolescentes engravidando, tesoureiros praticando a apropriação indébita, Igrejas adotando a prática do “Caixa 2”, pastores e presbíteros se corrompendo mutuamente ao fazerem mútuas concessões morais e espirituais, concílios superiores deixando de cumprir suas missões específicas, Igrejas e pastores que abandonam os pobres e maltratam os insatisfeitos.

“Mas não é possível que tais coisas aconteçam”, dirão crentes indignados. “A Igreja está sendo caluniada!”, imaginam ingenuamente. Pois tudo isso e muito mais já tem acontecido e posso relatar com detalhes se preciso for: desfalques, prostituição, pastores se prostituindo, abandonando suas famílias, outros mercadejando com a Palavra de Deus e com o pastorado da Igreja, concílios se acumpliciando com pastores infiéis, tomando decisões inconstitucionais, “nulas de pleno direito” (art. 145 da Constituição da Igreja Presbiteriana).

O exemplo mas gritante é o dos Estados Unidos, com pastores homossexuais e pastoras lésbicas; aqui mesmo há igrejas sendo aos poucos transformadas em clubes e empresas. E quando alguém não se conforma e não pactua com tais práticas mundanas, é taxado de “ranzinza”, “perturbador”, “rebelde”, é execrado e confinado. Direitos lhe são tirados para que se cale, como se pudesse calar o atalaia fiel.

Quem diz tudo isso, e pode provar, se julga perfeito? Não! Também sou imperfeito, mas não erro dolosamente, conscientemente, nem me torno cúmplice, pelo silêncio, de colegas e concílios que resolveram entrar em caminhos tortuosos.
Deus nos ajude e salve a Sua Igreja”

Fonte: Pr Rubens Pires do Amaral Osório em seu Blog