O que será que passa nas cabeças das pessoas? No que elas vêm pensando em dias de tanto caos, desgraça, matança, corrupção no mundo secular, e com tantos escândalos e heresias e com tanto secularismo religioso nas igrejas? Diante de tantos problemas que o mundo enfrenta e principalmente a igreja de Cristo, o que tem ocupado a mente da população e, principalmente, do povo de Deus?


Eu fico a imaginar um pai de família que ao chegar em casa depois de um dia trabalhoso, toma um banho, dá um beijo na esposa e atenção às crianças, e perto das oito da noite liga a TV para ver o jornal e ficar atualizado ao se deparar com terríveis notícias. Os telejornais hoje na realidade raramente trazem uma notícia boa. Na maioria, são testemunhos do que o diabo esta realizando através de pessoas sem Cristo.

No jornal impresso, as mesmas más notícias. A internet, da mesma maneira. Estamos em volta de problemas nos afligindo dia a dia. Analisando o nosso contexto, eu me pergunto: será que os cristãos têm ocupado a mente com o que edifica ou ocupam suas mentes com as mais diversas catástrofes do nosso tempo?

O profeta Jeremias, em suas lamentações, entra em colapso de tanto problemas. Observe que, entre Jr 1,2,3-23, ele relata a situação que ficou Judá após ser destruída e saqueada por Nabucodonosor. Ele entra em colapso e num começo de depressão de tanto desgosto, chega a dizer “Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim” (Lm 3.20).

Com isso, ele sabia que precisava ocupar sua mente com outra coisa e diz, “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3.21). Já dizia o velho adágio popular que mente vazia é oficina do diabo. Se vazia já é oficina dele, imagine pensando no que ele faz, “matar, roubar e destruir”. Jeremias sabia que precisava ocupar sua mente no que edificava e lhe dava esperança, e não nas tragédias que já tinham acontecido.

O problema é que nós temos a tendência do que é ruim. Exemplo: se vamos a um culto, que por sinal foi uma benção, e se teve um errinho na mensagem pregada, chegando em casa, em vez de lembrarmos os momentos bons do culto, nós lembramos o deslize teológico do pregador. Somos altamente propensos a ocupar nossa mente no que não edifica. Jeremias estava passando pelo mesmo problema, e ele não vê outra solução a não ser ocupar sua mente com as misericórdias do Senhor (Lm 3.22).

Foi pensando nisso que Paulo orientou os colossenses, “pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.2). Ocupar nossa mente com as coisas de Deus, pensando no que é celestial, nos faz termos paz e alegria no espírito. A Bíblia diz que este mundo inteiro jaz no maligno (1Jo 5.19), ou seja, o sistema de governo deste mundo é pecaminoso, porém não podemos conformarmo-nos com isso e devemos seguir com o conselho de Paulo aos romanos, “transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

Existem pessoas que só pensam nas suas vidas pregressas e fazem disso a sua mensagem em cima de púlpitos para extorquir o dinheiro dos incautos. Paulo disse aos filipenses: “esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão” (Fp 3.13), Paulo estava dizendo que tinha esquecido sua vida pregressa e pregava somente o Cristo Crucificado, e não o “eu fui”, “eu era” e “eu fiz”. Não a mensagem do evangelho foi, é e até a Sua vinda será a Cruz de Cristo.

“Tudo o que vejo, penso, no que penso, faço”. Nossas ações, atitudes e conversações são fruto dos nossos pensamentos. Se o povo cristão, por exemplo, só vê besteira na internet, só ocupa sua mente em tirar sarro e brincar com tudo, será que não vão levar o evangelho da mesma maneira como olham para certas pessoas, na brincadeira?

Mas, infelizmente, para esses, Paulo disse: “muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas” (Fp 3.18,19).

A igreja está sendo e vai ser ainda mais bombardeada com tudo o que não presta, e isso é inevitável, porém podemos nos blindar contra isso renovando e transformando a nossa mente pensando no que é celestial e ocupando-a nas coisas de Deus.

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).

Alexandre Pitante