Isaías – Capítulo 56
10: Todas as suas atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; andam adormecidos, estão deitados, e gostam do sono.
11: E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte.
2 Pedro – Capítulo 2

1: E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
2: E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.
3: E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.
CUIDADO: CÃES
“E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte” (Isaías 56:11).
Você já pensou como seria um rebanho guardado por cães? Um cão ladra, rosna, ataca, coloca o rebanho em desespero. Um cão não tem uma direção a oferecer às ovelhas e o seu cuidado não vai além do colocá-las sob temor contínuo. Nesse sentido, todos aqueles que mal-pastoreiam um rebanho são “cães”.
A idéia de um cão pastoreando o rebanho contrapõe-se veementemente contra a concepção bíblica do bom Pastor; “O bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10:11). Jesus é o bom Pastor que deu a vida por suas ovelhas e em que devemos nos espelhar.
Porém, como age o cão-pastor? “Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas” (João 10:12-13).
Em Filipenses, o apóstolo Paulo nos adverte: “Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros… Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas” (v. 3:2 e 18-19).
Como podemos identificar um “cão”? Eis aqui algumas das suas características:
1. Ele não se preocupa com o alimento das ovelhas, oferece sempre “alimentos que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram” (cf. Hb 13:9), que são as “doutrinas várias e estranhas”.
2. Gosta de bajular para obter confiança: “…e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples” (v. Rm 16:18b).
3. É mercenário; ou seja, preocupa-se mais com o lucro, com o seu salário (Jo 10:12-13).
4. Serve apenas ao seu próprio ventre, não ao Senhor Jesus: “Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre…” (Rm 16:18a).
5. Não é vigilante, ou melhor: não toca a trombeta (v. Ez 33:6).
6. Não está “apto para ensinar” (cf. 1Tm 3:2) e nem governa bem sequer a sua casa – “Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?” (1Tm 3:5).
Enfim, um “cão” é cobiçoso de torpe ganância, imoderado, contencioso, ensoberbecido, avarento, de mau testemunho; gosta de dividir, de se impor, de acuar o rebanho; sempre busca a sua satisfação pessoal e faz um verdadeiro show para distrair os “bodes”.
Em apocalipse 22:15 o Senhor diz: “Ficarão de fora os cães…”. Zelar pelo rebanho de Cristo é um ofício de extrema responsabilidade. Por isso o pastor não pode afrouxar na doutrina e nem permitir que o povo siga a “doutrina de Balaão”. E nós, ovelhas, devemos estar sempre atentos à placa de advertência [que diz]: CUIDADO, CÃES!!!
Texto anteriormente publicado na Revista Sã Doutrina